Saúde mental feminina: como a dupla jornada impacta o bem-estar das mulheres

saúde mental feminina
Saúde mental feminina

Saúde mental feminina. A sociedade atual exige que a mulher seja uma figura onipresente: a profissional exemplar, a mãe dedicada, a esposa atenciosa e a administradora do lar.

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No entanto, essa expectativa sobre-humana gera uma pressão constante, alimentando um ciclo de estresse e ansiedade.

O tempo para autocuidado e lazer, essencial para o equilíbrio mental, é muitas vezes o primeiro a ser sacrificado.

De outra forma, quando a jornada de trabalho formal termina, a informal, dentro de casa, se inicia.

Essa transição sem pausa dificulta o relaxamento e a desconexão. A mente não tem a oportunidade de se regenerar, de processar as emoções do dia.

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O Preço do Perfeccionismo e da Pressão Social

Sendo assim, muitas mulheres sentem-se obrigadas a atingir um padrão irreal de perfeição em todas as áreas da vida.

A busca por ser a “supermulher” idealizada leva a um esgotamento crônico, um estado de exaustão que não se resolve com uma noite de sono.

É como tentar encher um balde furado com a mesma água que escorre. Por mais esforço que se faça, o sentimento de insuficiência permanece.

Em contrapartida, essa pressão social é um dos maiores gatilhos para transtornos como a Síndrome de Burnout, depressão e ansiedade generalizada.

O constante malabarismo entre as demandas do trabalho e da casa cria um terreno fértil para o colapso emocional.

A Desigualdade de Gênero na Divisão de Tarefas

Apesar dos avanços, a divisão de tarefas domésticas e de cuidado ainda é desigual.

Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 revelou que as mulheres dedicam, em média, mais de 16 horas semanais a afazeres domésticos e cuidados com pessoas, enquanto os homens dedicam pouco mais de 10 horas.

Ou seja, essa disparidade evidencia um desequilíbrio estrutural que sobrecarrega a saúde mental feminina.

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Essa estatística sublinha a urgência de uma mudança cultural.

A responsabilização compartilhada, onde as tarefas não são vistas como “ajuda” do parceiro, mas como dever de ambos, é fundamental.

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Saúde mental feminina

A Realidade Cotidiana

Pois bem, imagine a Ana, uma gerente de marketing. Durante o dia, ela lidera uma equipe, participa de reuniões estratégicas e lida com metas agressivas.

Ao chegar em casa, a jornada continua: preparar o jantar, ajudar o filho com a lição de casa e organizar a rotina do dia seguinte.

A Ou seja, Ana raramente tem um momento para si, e a culpa por não conseguir “dar conta de tudo” a acompanha constantemente.

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Por outro lado, pense na Mariana, que trabalha como programadora.

Ela enfrenta a pressão por resultados e, à noite, se dedica a cuidar de sua mãe idosa, gerenciando remédios e consultas.

Dessa forma, o cansaço físico e mental de Mariana é visível. Ela sente que sua vida é uma sucessão de obrigações, sem espaço para a leveza.

A saúde mental feminina não pode ser negligenciada nessas situações.

A Urgência do Autocuidado e da Busca por Ajuda

Melhor dizendo, o autocuidado não é um luxo, mas uma necessidade.

Pequenos gestos, como reservar 15 minutos para ler um livro, meditar ou simplesmente respirar, podem fazer uma diferença significativa.

No entanto, o mais importante é reconhecer os limites e buscar ajuda profissional quando necessário.

Terapia não é sinal de fraqueza, mas de coragem. O estigma em torno dos cuidados psicológicos precisa ser combatido.

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A conversa sobre a saúde mental feminina deve ser contínua e aberta.

É preciso criar redes de apoio, espaços onde as mulheres se sintam seguras para compartilhar suas experiências sem julgamentos.

Tabela: Cargas do Trabalho Doméstico e Impactos na Saúde Mental Feminina

Carga de TrabalhoConsequência Mental
Limpeza e OrganizaçãoSentimento de sobrecarga, frustração
Cuidados com a FamíliaCansaço crônico, ansiedade
Gerenciamento de FinançasEstresse financeiro, preocupação
Planejamento de RefeiçõesExaustão mental, falta de criatividade

A tabela acima ilustra como cada tipo de responsabilidade doméstica, por mais simples que pareça, acumula e contribui para um cenário de exaustão mental.

A Mudança de Paradigma é Possível

Para além do indivíduo, a saúde mental feminina requer uma mudança de paradigma.

Ou seja, empresas precisam adotar políticas mais flexíveis. Famílias devem reavaliar a divisão de responsabilidades.

A sociedade precisa deixar de lado a idealização da mulher “multitarefa” e reconhecer sua humanidade e vulnerabilidade. Afinal, a equidade começa em casa.

Não é possível esperar que a mulher seja uma máquina. O bem-estar psicológico é a base para uma vida plena e produtiva.

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Diálogo Aberto

A dupla jornada é uma realidade para muitas mulheres e seu impacto na saúde mental feminina é inegável.

É um ciclo de exaustão que demanda ação, tanto individual quanto coletiva.

O diálogo aberto, a busca por apoio profissional e a redivisão de responsabilidades são passos cruciais para um futuro mais equitativo e saudável.

Por fim, não podemos mais silenciar sobre o peso de ser mulher em um mundo que exige o dobro.

Dúvidas Frequentes

1. O que é a Síndrome de Burnout?

É um estado de exaustão física e mental causado por estresse crônico no trabalho, que pode afetar a vida pessoal.

2. Como posso identificar sinais de estresse crônico?

Fique atenta a sintomas como irritabilidade constante, dificuldade de concentração, insônia, e perda de interesse por atividades que antes lhe davam prazer.

3. O que fazer se eu me sentir sobrecarregada?

O primeiro passo é reconhecer seus limites. Procure conversar com alguém de confiança e, se possível, agende uma consulta com um psicólogo ou terapeuta.

4. A terapia realmente ajuda?

Sim. A terapia oferece ferramentas e um espaço seguro para você explorar suas emoções e aprender a lidar com as pressões do dia a dia, melhorando sua saúde mental feminina.

5. Como posso conversar com minha família sobre a divisão de tarefas?

Inicie a conversa de forma calma e assertiva, explicando o quanto você se sente sobrecarregada.

Sugira a criação de um quadro de tarefas ou uma lista para que a responsabilidade seja compartilhada.

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